quarta-feira, 12 de maio de 2010

Too Low For Zero

Eu odeio frio. Por que Koppernigk*, Brahe, Kepler e toda essa trupe tinha que descobrir as órbitas elípticas dos planetas e revelar a Deus os afélios e periélios?

Li esses dias, no nick de MSN de uma amiga: "A hora do sim é sempre um descuido do não". Sugestivo, muito sugestivo... mas que nada! A hora do sim é o final da novela cujo resultado já sabemos desde o começo!

Há uns dias atrás, as mulheres foram virtualmente instadas a participar de um "jogo" que consistia em colocar no Orkut somente o lugar onde deixam a bolsa quando chegam em casa, sem maiores explicações. O objetivo era que nós, homens, pensássemos tratar-se de sexo, ou coisa assim. Entretanto, o que o jogo acabou revelando foi uma capacidade impressionante de mobilização de massas em pouco tempo. Claro, isso não é novidade, mas demonstra como as pessoas são... "unidas" pela internet.

Por outro lado, mesmo as conhecidas fingem não se conhecerem quando se vêem na rua. A globalização é o efeito contrário de tudo o que ela declara proporcionar.

Quanto ao jogo, não demorou muito para descobrir que se tratava de algum complô. Afinal, que mulher consegue se equilibrar "em cima da TV" para dar umazinha (ainda mais as de LCD)?


Cenas do cotidiano do transporte coletivo (foram hoje mesmo):

I

Linha Maracanã/Cachoeira, 14:48h, R. Pedro Gorski, Colombo. O caboclo, naquele frio miserável que fazia à tarde, estava deitado num sofá, na varanda de casa, com um cobertor por cima, olhando o "movimento". Isso que é falta de fazer... até frio o cara passa porque já enjoou de ficar sem fazer nada no conforto do lar.

II

Terminal Maracanã, 14:55h. Mal desço do ônibus, ouço uma maldita gritar:

- Ó o Crãzééééééééééqui!

Quem chega lá pela primeira vez demora um pouco para descobrir que ela vende cigarros "Classic".


Poema do dia:

Há Quanto Tempo!

Olá, meu distante amigo
Aquele que nunca mais vi
Pois via apenas o próprio umbigo
Estava lá sem poder ali

Olá, que agora me lembro
Daquilo que você esqueceu
Seus olhos se encheram de areia
Assim como a pôs nos meus

Agradeço pelas cartas
Que você nunca redigiu
Pelas refeições tão fartas
Que, comigo, não dividiu
Pela ajuda que pediu
E que concedi, ainda
Que eu não pudesse... mentiu
Ao dizer que retribuiria

Olá, que essa longa estrada
Era toda em única mão
A aventura, certeira enrascada
Ao longo da ingratidão

E, hoje, não mais te vejo
Uma hora, eu cansaria
Da sua falta de pejo
De toda a patifaria
Do que precisa, não tenho
Se tenho, a ti não mostro
Mais do que a falsidade
Que permeia nossos rostos

Cristiano Tulio - 10/05/2010


Post-scriptum: (*) Copernicus, na forma latinizada.

3 comentários:

  1. Haha, muito bom o humor do seu post hoje!
    Única coisa que discordo é sobre o frio. Ele é ótimo! haha
    Poema muito bom!

    E se um dia passar pela Myltho Anselmo à noite e me ver no ponto de ônibus, refletindo, vê se para e me da uma carona! haha

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  2. Nossa a do 'classic' foi ótima! rs' ri muito!
    Como o primero ser ali, discordo, porque gosto do frio também! rs'

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  3. Muuito bacana,ri bastante...
    ''- Ó o Crãzééééééééééqui!'' HAUHAUAHAUHAU
    beeem legal,curti :D

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