quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Meet Me At The Corner

Olá, senhores leitores... poucos, porém, fiéis. Há tempos que não tinha nem tempo, nem ânimo, nem um bom tema para dissecar aqui neste modesto espaço.

Entretanto, hoje, ocorreu-me um. Surrado, sovado, batido, quase morto... mas, por outro lado, mais vivo do que nunca atualmente: as redes sociais.

Primeiramente, para que se entenda melhor o que quero dizer, melhor explicar de onde surgiu o tema... assim, posto, para quem quiser, o link de um vídeo que fala sobre "motivos para abandonar o Facebook": http://www.youtube.com/watch?v=5AyfZFfLel0

São 6 minutos que fazem pensar em vários sentidos, dizendo um tanto de verdades. Em suma, apresenta vários motivos para que os indivíduos deixem de utilizar essa "ferramenta social".

Todos que me conhecem sabem que eu sempre detestei Orkut e Facebook pela superficialidade dos contatos, pela inutilidade de vários comentários, pelas falta de privacidade, etc.. No entanto, dessa vez, após ver esse vídeo, venho, de certa forma, defender as redes sociais.

É, é isso mesmo.

Tudo o que o autor da mídia explana é válido, sim. Muita gente usa as redes sociais para bisbilhotar a vida alheia, para seus fins egoísticos e interesseiros, e asism sucessiva e critica e alienadamente.

Por outro lado, um fenômeno que venho observando é que, muitas vezes, amizades que se perderiam com o tempo, contatos que deixariam de existir nesse mundo cada vez mais apressado, "globalizado", individualizado, inchado e cansado, tendem a continuar ou retornar à ativa por meio dessas ferramentas.

Alguém já se sairia com a insigne frase: "mas isso mina a possibilidade de encontro das pessoas, os contatos ficam superficiais e você não mais as vê".

É um fato, mas não tão trágico. Em incontáveis oportunidades, voltei a falar com pessoas, a aquilatar laços, a partir de uma simples mensagem, depois de tempos sem contato. Qual o problema com isso?

O autor também fala que todos estão julgando você, suas fotos, suas escolhas, seu perfil. Elas fazem isso o tempo todo, queira você ou não, pessoalmente ou por internet - verdade seja dita! De outra vista, já tive oportunidade de aprender coisas novas com o que as pessoas colocam no perfil, com o que escrevem, com o que pensam. O Facebook acaba sendo, muitas vezes, um local de desabafo.

E os eventos? Usados erroneamente, são catastróficos. Usados corretamente, proporcionam uma chance de marcar encontros, de estabelecer festividades, e assim por diante.

Enfim, o que quero dizer, é: vivemos dizendo que devemos fazer as coisas certas (que devemos ver-nos mais pessoalmente, manter contato por telefone, etc.) mas jamais o fazemos. Sempre temos conosco que o tempo é sempre curto demais para nós mesmos, que dirá para que o gastemos com os outros?

Gostaria de que as pessoas se encontassem mais, conversassem mais, se disponibilizassem mais. Mas, enquanto isso não acontece (se é que, um dia, nossa geração "foda-se você, viva eu" vai chegar a fazer isso), por que não usar esses meios virtuais de forma positiva e saudável?

Sei lá, é o que eu penso.


Causos do Transporte Coletivo:

I

01/08, Term. Cabral. Iniciando bem o mês, tudo corria de forma lépida e faceira, quando uma usuária de igual feitio achegou-se, às 15:59h, e perguntou:

- Viu, tem catraca de saída ali para a frente ou eu tenho que vrããããããã??? (fez com a mão o gesto de descer o túnel e sair pelo outro lado).

É, é tipo o tchum... são sinônimos!

II

Dia 03 de Agosto, quarta-feira, mesmo Cabral. Outro passageiro perdido tentou se achar, às 13:55h:

- Para ir pro Campina do Siqueira, onde é o Interbairros II.
- Ali perto da porta vermelha, do outro lado.
- E sentido contrário?
- Na outra ponta daquele mesmo lado.
- Era esse mesmo que eu queria, obrigado!

Então, por que, meu Deus, POR QUE... não perguntou logo???

III

14/08/11. Domingo. 14:18h. Escoavam as areias do tempo entre meus dedos, quando uma senhora se aproximou e desferiu:

- Você tem o horário daquele Califórnia/Bradesco?
- Banestado/Califórnia, não é?
- É, é tudo igual, tudo banco!

Pega qualquer um, é tudo ônibus!


Poema do dia:

Que Me Dizes?

Que me dizes? Não te escuto
Pois dissolvem-se no ar
Tuas palavras de augúrio
Ao tocar o meu pesar

Que me dizes? Não te entendo
Pois apagam-se no tempo
Tuas murmúrias e lamentos
Não chegam ao meu Olimpo

Quando chegavam, eu quisera
Tomar-te em meus braços
Fazer, do inverno, primavera
E deitar-me em teu regaço

Mas, agora... que me dizes?
Já nem quero me ocupar
Daquilo que as cicatrizes
Não mais me fazem lembrar

Cristiano Tulio - 16/08/2011