segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Road To Nowhere

Olá, caros e raros leitores (haha!). Eis-me aqui para rabiscar algumas abobrinhas, contas histórias e postar um poema. O tema hoje é política, especificamente a corrida para a prefeitura de Curitiba.

Não, não farei campanha em prol de qualquer dos candidatos a alcaide dessa capital.

Porém, é curioso ver como uma cidade que, em tempos pretéritos, estava meio que fora do mapa político do país, ser disputada por vários partidos na presente eleição. Digo isso pois, em tempos não muito remotos, a disputa girava em torno de constelações lideradas por PT e PSDB ou PMDB. Dois partidos disputando a prefeitura, os demais sendo saco de pancadas. Política de Município do interior.

Entrementes, nesse processo eleitoral, a cidade ganhou candidatos de peso. Quatro coligações disputam o poder da "capital européia" - a mesma que era monopolizada pela "extrema direita", com oposição da "extrema esquerda", por assim dizer. Virou a jóia do Sul.

E está abandonada. Uma cidade de mente interiorana com problemas de metrópole. Trincheiras não são construídas porque o Ippuc as considera esteticamente repugnantes. Semáforos não são sincronizados, vias rápidas são tão rápidas quanto as arteriais normais. Segurança é problema crônico, saúde e educação também.

Em verdade, Curitiba corre o risco de ruir sobre si mesma. Uma estrela gigante que não vai aguentar seu próprio peso e vai se tornar um buraco negro. Não só faltam programas governamentais de alcance, mas a população é inerte. Não exige, não vai atrás. Não tem mais educação - no sentido mais lato que se possa imaginar - nem vontade. Conformismo, ilusão, cegueira.

Qualquer que seja o dirigente da capital no próximo quadriênio, terá o enorme desafio de administrar uma cidade inchada, ferida e largada à própria sorte. Se não possuir a habilidade necessária para tanto, com certeza viverá para ver as coisas fugirem do controle bem debaixo de suas mãos. A marionete cria vida própria, e o Estado normatizador não consegue mais atender aos anseios coletivos e individuais.

E nenhum dos candidatos parece figurar em sua condição com propriedade. Então, seja o que o povo quiser.


Causos do Transporte Coletivo:

I

Dia 24/04 do ano corrente. 14:36h, Term. Cabral. Recebo a seguinte mensagem de um colega meu, escalado no Sta. Cândida: "Conhece alguma agência do Banco Banestado? Diz que tem uma no Sta. Cândida! Povo perdido, nem sabe que é "Grogromerado" Bamerindus e não Banco Banestado."

O tempo passa, o tempo voa...

II

No mesmo dia supracitado, às 14:40h, chega outra mensagem, agora de uma colega que estava no Campina do Siqueira: "Para o seu blog:

- Como faço para ir para Bacaxoeirinha?
- Cachoeira? (Explicação)... e depois você chega ao Term. Cachoeira.
- Não, é no Bacaxoeirinha. Nos quartéis.

Daqui a pouco vai falar com você. Se conseguir chegar, hehe."

Jamais chegou. Acredito que não chegou a lugar nenhum, inclusive.

III

Ainda na mesma jornada, às 15:15h, chega outra missiva do Sta. Cândida, curta e grossa: "Conhece Araraucária?"

Fica perto de Coronel Vivida, creio. Ou do Parque Nacional do Iguaçu.

IV

Dia 26/04, ainda no Term. Cabral. Outro sinal de fumaça do Term. Sta Cândida, às 13:18h: "Ontem mandaram o BE700 pra trocar o BD129 que estava atrasado. Parou no embarque, não fechava a porta 3; abriu as portas para desembarcar os passageiros, não fechou a porta 4 também. Saiu da plataforma depois de muito sacrifício, fechou a porta 3 e abriu a porta 5 - tudo sozinho -; andou um pouco, fechou a porta 4 e abriu a porta 3. Parecia coisa dos Trapalhões."

E era. Dos trapalhões que compraram essas m&%#@$ de ônibus.

V

...e vocês podem observar que a semana foi prolífica em relação às panaquices. Dia 27/04, às 14:09h, o Sta. Cândida me presenteia com mais uma:

"Passageira desgraçada: - Onde que eu pego pro Bairro Alto?
Fiscalzinho: - Ali, no ponto do B. Alto (apontando para o ponto).
P. D.: - Ali, onde está escrito Bairro Alto?

Tem que fazer força pra não responder a uma criatura dessa"

Eu nem faço força, respondo mesmo. Dane-se.

VI

Dia 31/05/12. O assunto era o repasse de 64 milhões de reais que o governo do Estado do Paraná faria à Urbs por conta - segundo dizem - do prejuízo operacional que a integração à RMC causa. De repente, um colega meu manda a seguinte: "Duas semanas seguidas com o verso do relatório impresso! Já sei pra onde vão os 64 milhões!"

Bom se fosse... bom se fosse!


Poema do dia:

Seed

Done, you thought
Gone, a lot
Lonely spot
Where you're caught

Songs of love
Just above
Like a dove
In hands with gloves

Could break through it?
And could you still fit
At the same world
'Til you got old?

What do you need?
A hand to stop your heart from bleeding
Or to the top as you're still breathing?
So will you keep or plant that seed?

Tongue of stone
From the throne
Come along
The earnest words

Cristiano Tulio - 26/06/2012