sábado, 8 de maio de 2010

Pigs On The Wing (Part I)

Algumas coisas para serem comentadas hoje.

Comecemos com um artigo de Olavo de Carvalho, enviado por um amigo meu, que defende a liberdade da família de educar seus filhos como bem lhe aprover, face a condenação de um casal que educou seus filhos em casa, mesmo após a submissão destes a testes que mostraram que eles eram muito mais capazes do que a média.

Acredito que há uma inversão da idéia de educação por parte do Estado. Não é que a formação intelectual tenha que passar, necessariamente, pelos padrões e pelo crivo do Estado. Esta existe para que nem o Estado se omita no oferecimento de oportunidades a todos, nem o indivíduo se furte de proporcionar a seus filhos educação para que eles cresçam na vida. Se uma família consegue educar sua prole e demonstra isso, não há que se questionar.

O mesmo amigo que me mandou a notícia questionou a certeza de conseguir educar ou não. É um risco que se assume mas, que, em nosso país, não parece difícil de superar. Porém, minha opinião é de que a padronização educacional é ultrapassada, pelo menos como vem sendo aplicada hoje (isso exigiria uma longa explanação; acho que parando por aqui está bom).

Em segundo, voltando ao tema do post passado (como nos enganamos durante a vida), encontrei um trecho de um conto de Oscar Wilde (O Aniversário da Infanta) que reflete muito bem o que eu queria dizer:

"Seria Eco? Chamara-a certa vez no vale, e ela respondera palavra por palavra. Poderia ela remedar os gestos como remedava a voz? Poderia fazer um mundo de fingimento igual ao verdadeiro? (...) O monstro também tinha uma rosa, pétala por pétala igual a sua! Beijava-a com os mesmos beijos e a apertava contra o coração com gestos horríveis.
Quando a verdade lhe assomou, soltou um grito selvagem de desespero e caiu soluçando no chão. Era então ele aquele ser disforme, corcunda, grotesco, horrível! (...) Por que não o tinham deixado na floresta, onde não havia espelho para lhe dizer o quanto era repugnante?"

É como eu conversava com uma amiga minha: as pessoas vêem o que querem, tanto nos outros como em si mesmas, e seguem enganando-se e desenganando-se. Ainda, citando meu amigo Marcelo em seu blog: "Esse jogo engana. Engana os próprios jogadores".

"Acho que vou parar por aqui", como diria Andrew Wiles, depois de demonstrar o último Teorema de Fermat. Logo virá a continuação dessa reflexão.

Poema do dia:


Nature

Just let me where I am
Just leave me and go
No need to trace a plan

I see the empty hands
As dirty as the shoes
Where mud constantly stands

Feel sinking as I burn into fever
So dizzy as the world would end tonight
With hatred and love mixing here
Their nature, although they always where in the same site

Just let me still acquire
A notion of the time
When brains were on fire

Now I see only ashes
As faded as the eyes
Where any hope crashes

Cristiano Tulio - 06/05/2010

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