quinta-feira, 19 de maio de 2011

Kill The President

Não, o título concedido ao post de hoje não faz apologia ao terrorismo contra qualquer chefe de Estado (depois do que aconteceu com Bin Laden, decidi cancelar a compra da série sobre acidentes aéreos pela qual me interessei). Tampouco representa propriamente um desejo de eliminar toda e qualquer forma de "cracia" encontrável no mundo atual ou antigo (afinal, a anarquia exigiria seres humanos sumamente inteligentes que soubessem cada qual o seu lugar na construção de uma sociedade perfeita, digamos).

A idéia é, objetivamente, refletir sobre alguns epísódios que tiveram lugar nesse alvorecer do governo petista de Dilma Rousseff. Dispenso-me de discutir os méritos de tal administração - afinal, para seus fiéis lacaios, sempre tudo estará bom, enquanto que, para seus opositores, nada prestará - ; porém, gostaria de lançar alguns questionamentos, tomando por base alguns fatos de que tomei ciência recentemente.

Ao visitar meus colegas de trabalho em meu antigo estágio, na Procuradoria Federal no Estado do Paraná, fiquei horrorizado ao descobrir que o Governo Federal não está pagando as empresas terceirizadas. Os funcionários destas já estão sem receber há 4 meses, mais ou menos. Diz-se que os atrasados virão em pagamento retroativo (contudo, duvido que contenham o juro e a correção monetária devidos).

Achei que parava por aí. Ledo e crasso engano. Hoje, uma colega de serviço relatou-me que os monitores bolsistas da UFPR também estão sendo privados de seu estipêndio - sendo pode-se afirmar, sem risco de exagero, que alguns deles dependem desse dinheiro para sobreviverem.

Tudo isso se deve à ordem da Sra. presidente (e não presidenta, visto que presidente é substantivo comum invariável no gênero - em outros termos, presidenta NÃO EXISTE) de "apertar o cinto". Acho que, realmente, devemos apertar o cinto, porque o piloto sumiu!

Se o Poder Público alega estar endividado, por que não enxuga seu quadro de cargos comissionados? Por que os deputados e senadores aumentam em 50% seus próprios salários? Por que não regulamentam o Imposto sobre Grandes Fortunas (vide posts passados), previsto na Constituição Federal?

A resposta é óbvia: Dilma não quer jogar contra seu time, mas quer fazer caridade com o chapéu alheio. Ajeitar as contas deixando de pagar aqueles que trabalham é, absolutamente, uma violação da Carta Magna em sua integralidade. Uma minimização dos direitos fundamentais das pessoas que dependem desses pagamentos. E, por fim, uma hipocrisia quanto à filosofia propalada pela "esquerda" brasileira.


Causos do transporte coletivo

I

Dia 25/04, segunda-feira, 13:42h, Term. Sta. Cândida. Chegava ao final a primeira parte da jornada do BD135, tab. 15 da linha Sta. Cândida/C. Raso. Daí, o veículo vai para a garagem reabastecer e volta a operar.

Não foi o que pensou uma usuária. O carro esvaziou, o motorista selecionou o letreiro "Recolhe" e foi ao banheiro. Nesse meio tempo, a potencial passageira entrou no ônibus e sentou-se, esperando a saída. Devia estar extremamente feliz de encontrar-se totalmente sozinha no veículo (dia de sorte!)... quando o motorista (que não a viu) fechou as portas e saiu, ela deu por si e percebeu a cagada. Logo, saía pela porta de emergência, antes que se deleitasse com uma viagem até a garagem da Glória.

II

26 de abril, terça. Assisti ao recorde de latas velhas VDs na linha do Sta. Cândida/C. Raso: 8 veículos ao longo do dia. Atrasos, que nada! Se eles chegassem era lucro!

III

No dia posterior, 28, estava conversando com um dos guardas que faz a segurança do Terminal Sta. Cândida. Eram 17:06h e, enquanto conversávamos, ele veio com a pérola:

- Esse programa sim está à minha altura!

Ele assistia à TV de cima da plataforma.

IV

Lembra da mulher que embarcou no carro que recolheu? Parece que virou febre: às 16:46h do dia 05/05, no Term. Maracanã, uma outra pessoa do sexo feminino embarcou no 18G27, que fazia a linha Maracanã/Sta. Cândida e foi recolhido por conta de um pneumático furado. Detalhe: o ônibus parou do lado oposto ao do embarque e também estava com a inscrição "Recolhe" luzindo no painel eletrônico. Seria uma síndrome da solidão no transporte coletivo?

V

07/05, voltamos ao querido e atribulado - mais isso do que aquilo - Sta. Cândida. Véspera de Dia das Mães, sabe como é... pois bem: o CA011, que fazia a linha B. Alto/Sta. Cândida, começou a atrasar. Primeira viagem, 8 minutos. Segunda viagem, 22. Falei com o motorista e ele disse que o carro era ruim, que o tempo era curto, que a pista era uma droga... achou que ia me levar no bico. Disse que cortaria sua viagem quando completasse uma de atraso.

Sim, ele perdeu uma viagem inteira rodando! Chegou com 37 de atraso na terceira, e foi devidamente suprimido (não o motorista, mas o deslocamento, purtroppo!). E dá-lhe usuário reclamando na minha orelha... resolvi pedir a troca de ambos, carro e condutor.

Porém, a Sto. Antônio Urbana sempre tira um coelho da cartola: trocou apenas o carro, deixando o motorista. Tinha tudo para dar errado; entretanto, a emenda saiu melhor do que o soneto: o atraso fixou-se em 20 minutos e assim foi. Melhor do que nada.

VI

11/05, Term. Cabral, 10:36h da manhã. Estávamos fazendo hora extra por conta de uma pesquisa. Calculem que eu odeio acordar cedo, por isso trabalho à tarde... e acordar às 04:40h não me deixa nem um pouco bem humorado. Porém, as coisas podem, piorar. No horário citado alhures, uma senhora bateu no vidro do biarticulado parado, em que sua amiga já havia tomado assento, dizendo:

- Maria, me liga pra me dizer qualquer coisa!

Dispensa comentários.

VII

15/05, domingo, Term. Maracanã. O dia transcorria tranquilo e modorrento quando, às 14:00h, o monitoramento de Colombo pára um carro próximo ao terminal. Abrem o porta-malas, um mala sai de trás algemado e acompanha os guardas municipais. Dirigem-se ao barranco próximo à rua lateral, procuram por alguma coisa (drogas, provavelmente), nada acham. Logo, voltam e começam a andar pela calçada.

Foi aí que se deu um dos lances mais incríveis que eu já vi. O mala, astuto como um tonto, distanciou-se dos guardas e passou a andar um pouco à frente. Ao abrir espaço de 5 metros, deu uma olhada para trás e largou num pinote desenfreado, mesmo de algemas! O guarda bem que tentou, mas não conseguiu alcançá-lo jamais! O suspeito então correu até dar uma volta no Terminal, momento em que, só então, o outro guarda catou o carro para persegui-lo.

Ou, depois, mostraram o saco pro piazão, ou essa história vai se tornar lenda na cultura da cidade de Colombo.

VIII

Logo após, eu pegava o Maracanã/Sta. Cândida para voltar à civilização - digo, a Curitiba (e nem sei se essa distinção é assim tão válida). No meio do caminho, às 15:08h, uma usuária acena para o motorista, que não pára. Então ela começa a gritar, xingar e apontar para um ponto, provavelmente alegando que o condutor devia deixá-la embarcar.

Entretanto, apontava para um ponto de táxi.


Poema do dia:

De Repente

Tédio, tédio... tédio sideral
Tanto espaço-tempo e tudo é tão banal
Nascido micro, é infinito, e morre pontual

Credo! Dizem os ateus na aflição
De saber que nem tudo tem explicação:
A Quântica não diz por que, o gato, cão é não

Morrer sem saber das maravilhas
Que o pensar faz escapar da mente
O raciocínio é, do navio, a quilha
Do paraíso, a pérfida serpente
Um passo atrás para um passo à frente

Nego tudo... afirmo até o final
Que nada existe, e nadamos no irreal
Até que o anoitecer traga a aurora boreal

Morrer sem saber das maravilhas
Só de pensar, eu caio bem doente
Pois toda essa ansiedade peralvilha
Dá-me o poder de quedar impotente
Perante a precisão do "de repente"

Cristiano Tulio - 17/05/2011

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