Tinha pensado num assunto bem interessante para abordar aqui hoje... entretanto, foi às cucuias: esqueceu-me o que era. Lembrei-me então de um fato ocorrido durante essa última, largamente divulgado nos jornais, e aí decidi, sobre ele, debruçar-me.
O caso foi o daquela adolescente de 13 anos que fugiu de casa para encontrar-se com um namorado virtual, o qual morava nas cercanias da Região Metropolitana de Curitiba. Após a denunciação do sumiço da jovem pela mãe - e a consequente veiculação deste em todos os meios de comunicação possíveis -, a "criança" foi encontrada na casa da família do rapaz, que restou acusado de aliciamento de menores e, se detectada, por exames, a ocorrência de conjunção carnal entre os dois, de pedofilia.
Logo, a mãe recebia a filha em casa, em meio a choro e um caloroso abraço de alívio. Compreensível; porém, muito mal explicado.
Aí entram minhas observações, e a ligação desse assunto com a maioridade penal e a consciência dos adolescentes de hoje.
Agora, o rapaz sairá como mau elemento, aproveitador e descarado, seduzindo uma menor que - coitadinha - não sabia o que fazia ao oferecer-se para encontrar-se com ele. Conta a família do desafortunado mancebo que este a apresentou como sua namorada, e que ela mentiu sobre sua idade, dizendo ter 17 anos. A história é plausível; parece sincera.
Se assim for, pergunto-vos: alguém que não sabe o que está fazendo, que não tem consciência da atitude equivocada (?) que perpetra, se conduz de semelhante forma?
É obvio que o amásio deveria ter tomado mais cuidado: pedir os seus documentos para conferir a sua idade, claro!!! Haha... entretanto, quando encontramos uma pessoa com quem conversamos por meio da World Wide Web - ainda mais com o objetivo de, com ela, relacionarmo-nos amorosamente -, é difícil lembrar disso... existe mesmo uma confiança implícita nas informações que essa pessoa nos passa e, se elas são checadas e concebidas como reais e inofensivas no primeiro contato, por que duvidar?
Do ponto de vista jurídico, acredito que o moleque deva ser beneficiado por ter sido induzido a erro na prática do "crime", se este se verificar. As meninas novinhas e inocentes de hoje já não são tão inocentes... prova disso é que ambos os sexos perdem a virgindade cada vez mais cedo, segundo estatísticas relativamente recentes; é, também, que as meninas que tem 13 ou 14 anos parecem ter - e se vestem como se tivessem - 17, 18 anos. Enganos acontecem, infelizmente.
"She's just sixteen years old
Leave her alone, they say"²
Não é que o garoto tenha se conduzido da melhor forma... foi coió, certamente! Mas, parem! Esse sensacionalismo barato para destacar uma lição de moral de onde ela não existe é simplesmente subestimar minha inteligência; uma ofensa à minha capacidade de discernimento.
Vamos à diversão.
Causos do Transporte Coletivo
I
18/11, quinta-feira, Terminal Cabral, 14:29h. O motorista do BN411, linha São João, encostou e começamos a conversar enquanto não dava o tempo dele sair. Papo vai, papo vem, ele me sai com essa:
- Hoje eu almocei massas e frutos do mar!
- Opa, beleza hein! O que que era?
- Miojo com sardinha!!!
II
19 de Novembro, sexta, 15:19h, Terminal Cabral. Meu colega tinha ido lanchar e contava-me, na volta, que um "viado" tinha tentado entrar no terminal sem pagar a tarifa:
- É, ele tava tentando entrar e o porteiro não deixou.
- Sim, normal.
- Não, o negócio é que ele chegou pro porteiro e disse: "Como não pode entrar? Eu vi o fiscal passar por aqui!"
III
20/11/10, sábado, Terminal Sta. Cândida. Lá pelas 15:39h, enquanto eu lanchava, achegou-se um senhor de 78 anos (depois ele me contou a sua idade) e comentou, visivelmente contrariado:
- O tipo do cabra ali, tá loco!
- Mas o que houve?
- Tá vendo aquele véio ali?
Apontou para um senhor vestido à gaúcha, que aparentava ter uns 60 anos de idade para mais.
- Sim, sim.
- Pois é, com essa idade, chegou do meu lado no ônibus e foi me dizendo "Tesão, gostoso!". Tinha que ir pro diabo!!!
Calculem a minha vontade de rir. Calculem se fiquei só na vontade.
IV
Terminal Cabral, dia 24/11, quarta. Eram 13:40h da tarde e eu estava na guarita quando uma senhora se aproximou:
- Moço, de quanto em quanto tempo tem um Cabral/Osório?
- Então... de 25 em 25 minutos... o próximo vem às 13:48h.
- Ah, certo... então tem outro daqui a 25 minutos?
- Não, senhora, o próximo chega em 8 minutos.
- Vem em 25 minutos?
- Não, em 8.
- 25???
- 8! O próximo vem daqui a pouco já!
- Ah, tá...
Fiquei imaginando o que eu faria se viesse mais uma pergunta com o cardinal 25 no meio.
V
Dia 26/11, 16:40h, Biblioteca Pública do Paraná. Eu e um colega assistíamos a uma palestra ministrada por uma funcionária da Secretaria Municipal para Pessoas com Deficiência, à qual atendemos para efeitos de progressão funcional, quando a palestrante, extremamente empolgada, principiou a falar sobre as pernas mecânicas para os amputados:
- E temos também a perna mecânica, olhem só! Ela é... mecânica, né!
Já era suficiente para sufocarmos o riso. Mas podia ser pior:
- ...E alguns modelos vêm com tatuagens na perna mecânica! Têm vários desenhos pra deixar os donos satisfeitos, pra que eles se sintam normais!
Poema do dia:
Flores E Paus
Escrevi meu destino na areia do mar
Deixando pegadas pro tempo apagar
Marquei meus mapas com falsos lugares
Onde tenho meus verdadeiros lares
Entretanto, isso de nada me adiantou
O vento não veio e a maré baixou
E os meus tesouros foram descobertos
Amontoados em campos abertos
E assim, se isso é a vida
Que mais posso eu fazer?
Mostrar a alegria contida
E a tristeza esquecida
E continuar a viver
Construi meu forte com tanto pensar
Usando do que ninguém vai negar
Porém, não contava com flores e paus
Demonstrando a teoria do caos
Cristiano Tulio - 28/11/2010
Referências:
1 - Neil Sedaka - Happy Birthday, Sweet Sixteen
2 - Benny Mardones - Into The Night
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
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